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sexta-feira, 19 de julho de 2013

E assim são começadas Guerras...

  Fogo!Ele queima.
  No interior, a chama brilhava intensamente, o calor era insuportável. O fogo aceso queimava as entranhas, purificando a carne maldita. A dor sentida era agoniante, dolorosa. Lágrimas caminhavam pelo seu rosto.
  Porquê?
  Mesmo em hora de sofrimento, as questões não cessavam. A informação cavalgava de neurónio em neurónio atravessando o cérebro. Já nada fazia sentido.
AAAAAAAAHHHHHHH!
  E assim se ouviu o último grito, viu-se a última lágrima e o fim da sua miséria e sofrimento.

  Pelos vistos, flashbacks, são apenas para os mais afortunados... Ou talvez para os que receiam a morte.

  A cela, em que estava encarcerada, por momentos ficou num silêncio profundo. Talvez prestasse uma última homenagem, talvez estivesse triste com a morte ou simplesmente contemplava a coragem com que viveu.
  O fogo apenas deixou os seus dejectos. As cinzas. No outro lado do mundo encontrava-se o irmão que procurava uma explicação.
  Porquê?
  Era algo que até nas veias circulava. O pobre irmão apenas queria uma resposta.

  Os monges que a mantiveram cativa mostravam-se felizes, como se adquirissem um troféu e ganhassem o campeonato. Festejavam com um banquete rico. Pobres coitados, não sabiam o que aí vinha.

  O irmão aventurou-se pela colina, atravessou bosques e lagos até chegar à maldita cela, onde , por incrível que pareça, jaziam ainda as cinzas.
  O nobre, vendo o que ficou, jurou vingar-se. Os monges, já sem saber onde se esconder, tentaram fugir. O resultado manteve-se. Uma chacina em busca de equivalência.

E assim são começadas guerras, assim se traz o medo ao mundo, mais tristeza e mais ódio. Um ciclo sem fim.