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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Fecha os olhos...

  Fecha os olhos. Deixa fluir a inspiração, através da musa e dádiva que é a escrita. O prazer que é a liberação e exposição do ser. Concentra-te! Não te percas. Imagina o teu mundo, o teu local de descanso. Pensa na tua imagem perfeita, no teu ser perfeito, imagina-o, imagina-te. Cria-te. Sê quem tu crês ser. Neste mundo só teu, que é o sonho, podes viver todas as aventuras. Desfaz-te, perturba-te! Cria almas e pessoas, imagina caras e até mesmo corações. Mistura personalidades, faz o que bem entenderes. Apaixona-te, talvez?
  Só precisas de deixar-te levar. Lembra-te da infância, do que vês num espelho, viaja em ti! Vê o poeta, vê o cronista, sente-os, torna-te eles. Esquece a tua essência, porque essa manter-se-à pura.
  O que escrevo agora são meras sugestões. O que tento mas não alcanço, o que sonho mas não imagino. Escrevo sobre a mente, sobre a arte, a razão e a realidade. Abandono o sonho porque já nem felicidade me traz. 
  Agora, vês aquela luz? Uma bem forte, ofuscante? Que ocupa todo o teu interior?
  Era o que queria mostrar-te. É luz que te guia, te conforta e trás estabilidade. É o teu ser, a tua tágide, o teu alento!
  Sentes o calor? É o teu fogo, é a tua alma torturada que busca a razão de viver.
  Assustei-te? Não era intenção. Quero mostrar-te apenas o que és. És humano. Vives para pensar, para sofrer. Contudo, consegues sobreviver e tornar-te mais forte.
  Esquece a dor. Alumia o teu caminho, canaliza-a para algo como muitos fazem. Eu para a escrita, outros para o desenho, a escultura, a ciência, para o que mais lhes convém.
  Finalmente, abre os olhos. Diz-me o que viste, o que presenciaste, o que criaste! Onde te perdeste e encontraste? Fala-me do teu mundo, fala-me de ti.