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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Distância

Vais e vens… Repetes infinitamente os teus erros, perpetuando-os. Vais e vens precoce, lenta e infindavelmente. Vais quando realmente acredito que ficas. No entanto, partes quando menos espero, terminando o sonho.
Sempre que regressas já crescem em mim um nojo cultivado, um ódio exasperante e uma melancolia tremenda.
Custa-me odiar-te, porque acredito que a culpa seja minha… Pergunto-me: Porque sais? Inoportunamente, consegues ser tão fugaz. Não sinto a saída, tornas-te um pequeno vulto.
Para ser sincero, prefiro-te longe do que perto, pesa-me menos a consciência e menos o coração, a memória. Vive-se melhor, a sério!
No entanto, por enquanto, devias estar presente, eu pretendia ajudar-te. Mas tu também preferes a solidão, ou pelo menos é melhor que a minha companhia.
Por vezes, tento incluir-te na minha vida, para quê? Já percebi que não vales o esforço. Vou desistir, da forma que já desisti dela. Da forma que desisti de amar.
Para não sofrer, desisti de sentir. É mais simples, viver sem emoções… Sem sofrimento, mas também sem alegria, felicidade, e tudo o que as emoções têm de bom.
É tudo uma questão de escolha… No entanto, obrigaram-me a isto, indiretamente.
Tenho sono de ser. Cansaço de existir. Uma abolia de viver.

Eu não morro, mas vivo penosamente, como um mártir.

Freedom

Chegamos a uma altura na vida em que apenas queremos liberdade. Claro que sempre tivemos alguma, mas falo no momento, em que na nossa vida, temos necessidade de possuir um espaço apenas nosso. Da liberdade que é a independência. Em que não temos que explicar onde vamos e com quem. Onde, simplesmente, fazemos o que mais nos convém. Um momento também no qual aceitamos mais responsabilidades.
Mas o que serão essas responsabilidades comparadas ao fardo de assistir pessoas que amamos a definhar lentamente, de dia para dia, cujo fim já conhecemos?
Na minha opinião são nada. Porque existem situações pelas quais ninguém merece passar.
Contudo, por vezes, apenas não ter de lidar com algumas dessas situações é mais fácil. É mais fácil fugir, refugiarmo-nos no nosso espaço, e não deixar ninguém entrar.
E apesar de ser a saída mais fácil, devemos endurecer e suportar, crescer e aprender. Lutar e vencer. Ultrapassar as dificuldades. E finalmente sorrir, porque mesmo quando o final chegar, saberemos que demos o melhor. Que o esforço não foi em vão. Porque no fundo, sabemos que merecem, e que um dia mais tarde, provavelmente, farão o mesmo connosco.
Não é um texto muito grande, pois não são situações longas. Deviam até ser mais curtas. No entanto não é pela extensão de um texto que mostra o seu conteúdo. Espero que quem leia isto, identifique com algum momento da sua vida, quer seja presente ou passado. E que relembre, que verifique se conseguiu ou vai conseguir.

“Dá tudo no pouco que fazes “ 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Loucura.

Tenho latente uma dor, que parece não ter fim. Mágoa, tristeza, saudade, uma dimensão paralela no fundo da alma que jaz continuamente em mim. Dá-se-lhe o sôfrego de não transparecer.
Caminho lento e moroso por estas ruas vadias, abandonadas. Que se ligam e cruzam. Paralelas, obliquas e perpendicularmente. Concêntricas ou até mesmo excêntricas com curvas e vales . Caminho nas ruas tortuosas de um espaço que perceciono ocupar.
Observo, reencontro, trago, perco, vivo e morro. Morro, mas não da forma convencional de morrer. Morro de formas que poucos ou ninguém imagina. Múltiplas vezes. Mesmo assim... Ainda não sou imortal! Simplesmente não sei o que busco e para o que vivo, onde me encontro e quem sou.
Que complicado e estranho caminho...   

sábado, 16 de novembro de 2013

Voluntariado

Voluntariado é, com efeito, uma prática responsável de índole altruísta pois visa a realização de ações de interesse social sem fins lucrativos. Na minha opinião, esta prática é fundamental na sociedade, pois retrata alguns dos seus princípios sociológicos, como a ajuda ao próximo, altruísmo moderado
Com efeito, veja-se o caso da campanha “Banco Alimentar Contra a Fome “. Milhares de pessoas contribuem anualmente, e por sua vontade, para esta campanha que permite abonar famílias carenciadas com alimentos de primeira necessidade como: carne, peixe, cereais, leite, pão, etc. Contudo, o voluntariado nesta campanha não se resume à doação de alimentos. Consequentemente, após a angariação, é necessária a distribuição. Mais uma vez, são necessárias pessoas, que das suas boas vontades, despendem do seu tempo para separar, armazenar e distribuir os recursos.
Por outro lado, como é do conhecimento público, Portugal, tem uma população muito envelhecida. Infelizmente, este facto tem como consequência níveis de abandono à terceira idade bastante elevados. No entanto, graças a ações de voluntariado, é possível combater esta exclusão social. É possível combater o abandono. É possível lutar por uma sociedade mais justa e unida. É possível avançar para uma sociedade sóbria e mais humana.

Então, pelo exposto, conclui-se que a prática de voluntariado é necessária para uma sociedade mais humana, para uma sociedade que pensa nos interesses comuns. É de referir ainda o facto de o voluntariado também permitir uma consciência mais tranquila pela realização de boas ações. No fundo, o voluntariado, é tão benéfico para quem pratica como para quem faz usufruto, podendo, na minha opinião, ser considerado algo necessário, simplesmente fundamental, para o bom funcionamento de uma sociedade. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Fecha os olhos...

  Fecha os olhos. Deixa fluir a inspiração, através da musa e dádiva que é a escrita. O prazer que é a liberação e exposição do ser. Concentra-te! Não te percas. Imagina o teu mundo, o teu local de descanso. Pensa na tua imagem perfeita, no teu ser perfeito, imagina-o, imagina-te. Cria-te. Sê quem tu crês ser. Neste mundo só teu, que é o sonho, podes viver todas as aventuras. Desfaz-te, perturba-te! Cria almas e pessoas, imagina caras e até mesmo corações. Mistura personalidades, faz o que bem entenderes. Apaixona-te, talvez?
  Só precisas de deixar-te levar. Lembra-te da infância, do que vês num espelho, viaja em ti! Vê o poeta, vê o cronista, sente-os, torna-te eles. Esquece a tua essência, porque essa manter-se-à pura.
  O que escrevo agora são meras sugestões. O que tento mas não alcanço, o que sonho mas não imagino. Escrevo sobre a mente, sobre a arte, a razão e a realidade. Abandono o sonho porque já nem felicidade me traz. 
  Agora, vês aquela luz? Uma bem forte, ofuscante? Que ocupa todo o teu interior?
  Era o que queria mostrar-te. É luz que te guia, te conforta e trás estabilidade. É o teu ser, a tua tágide, o teu alento!
  Sentes o calor? É o teu fogo, é a tua alma torturada que busca a razão de viver.
  Assustei-te? Não era intenção. Quero mostrar-te apenas o que és. És humano. Vives para pensar, para sofrer. Contudo, consegues sobreviver e tornar-te mais forte.
  Esquece a dor. Alumia o teu caminho, canaliza-a para algo como muitos fazem. Eu para a escrita, outros para o desenho, a escultura, a ciência, para o que mais lhes convém.
  Finalmente, abre os olhos. Diz-me o que viste, o que presenciaste, o que criaste! Onde te perdeste e encontraste? Fala-me do teu mundo, fala-me de ti. 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

“Perdi-me dentro de mim”

Perdi-me dentro de mim.
Porque eu não era eu,
E em mim não podia encontrar-me.
Vagueio lentamente pelos estilhaços,
Embaciados e abandonados.
Sujos e disformes,
Que refletem uma alma perdida.

E assim calma flui a alma.
É com tamanho espanto que a encontro,
Triste e achada.

Rapidamente, uma nova energia brota em mim,
Já alguma vez me senti assim?
Será vontade, mito ou simplesmente desassossego?
Finalmente encontrar
O que tantos procuraram
E nenhum conseguiu achar!

                                               Gonçalo Fonseca 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Querido amigo

  Porque já não te oiço? Porque já não te vejo? Porque me deixaste? Porque ascendeste até ao paraíso sem um último adeus? Porque me abandonaste?


  Tantas dúvidas e sem nenhuma resposta, simplesmente partiste. É a lei da vida. No entanto, ficaste um pouco mais para mim. Sei que estou a ser muito egoísta, mas custa-me saber que nunca mais posso ver-te e muito menos tocar-te. Doí pensar no que me dizias e não levava a sério. Nos conselhos que me davas, no carinho que trazias contigo. Nesse teu sorriso capaz de iluminar um dia. No teu coração dorido de tanta pancada, contudo humilde e de uma bondade extrema.
  Todos os dias penso em ti. Lembro-me dos dias em que chegava a casa e me preparavas o lanche, ou apenas das noites em que me vinhas aconchegar. Da maneira ternurenta que tinhas para comigo, por mais brusco que fosse para ti.

  Mais que tudo nesta vida, queria apenas mais uma oportunidade para emendar tudo o que fiz de mal contigo. Pedir-te desculpa por tudo o que jamais terá perdão.
  Contudo, depois de todas as desculpas, também queria agradecer-te. Agradecer-te por nunca desistires de mim, mesmo quando mais ninguém o fez. Por me apoiares quando todos me abandonaram e fiquei sozinho. Por me acompanhares no melhor e no pior. Sem dúvida nunca te esquecerei, é um facto.
  Doí saber que partiste acredita. Mas espero que mesmo onde estiveres, que estejas feliz, que estejas bem.

  Gostava, por mais que não me consigas responder desse lindo lugar onde espero que te encontres, de ter noticias tuas e não ter que imaginar o que fazes e, numa crença parva, acreditar que estás bem.
Só não quero que seja um adeus, mas apenas um até já.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Palavras..

  Palavras voam, ecoam no espaço, perpetuam na consciência. Principiam leves, cuspidas num ato de tristeza, mágoa e amargura, na tentativa de ferir o próximo. Contudo tornam-se pesadas. Palavras desenfreadas, tempestuosas e amargadas pelos ditos sentimentos, transformam uma conversa num debate, sem espirito crítico, em que todos os participantes têm segurança nas suas convicções.

  Discussões que são iniciadas por atos de egoísmo e perversão dos pobres conjuntos de letras. Parecendo que não, cansa. Levar uma vida a combater algo que nunca poderá jamais ser ganho.


  Porquê perder tempo a tentar ferir alguém que nos esfola? “ Natureza humana” talvez. Por vezes devemos engolir o orgulho e deixar passar. Mas escrever é fácil, fazer é que é difícil.


  No entanto, as palavras não precisam de ser proferidas com o intuito de magoar alguém para que perpetuem na nossa consciência. Por vezes, um simples gesto e uma pequena palavra são o suficiente.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Inspiração das 03 da manhã :/

  Quis contar-te os abraços, os sorrisos, as mágoas e as tristezas. Quis contar-te a minha história, quem sou e de onde venho. Tentei mostrar-te o que era e quem procurava ser.
  Por outro lado, tu, preferiste fingir.Enganar-me. É natural. Contudo, sempre vi o que havia por baixo do teu ar arrogante, frio e solitário. Sempre soube quem eras, de onde vinhas. Apenas não sabia para onde ias, não consegui ver um limite em ti. Talvez fosse por saber que não éramos eternos, ou porque me deixaste tão cedo ainda com tanto por conquistar.
  Apenas o meu coração sabe como doí ouvir falar em ti ou simplesmente ouvir o teu nome pronunciado. E só Deus sabe o quanto ainda te queria mostrar.
  Hoje, por mais que sejas uma ténue memória, uma triste recordação mas ao mesmo tempo uma linda lembrança, sei que não posso viver para sempre assim.
  Tenho saudades das nossas chamadas, das tuas mensagens como adolescentes que outrora fomos. Sinto falta dos teus abraços e do teu sorriso, de poder lembrar-te o quão especial és para mim.
  Nesta noite, foram só mais umas quantas lágrimas, apenas mais uma insónia e mais um simples texto.
  Maldito acidente que te levou ! Ainda hoje recordo o toque do telemóvel, a notícia inesperada e a pequena lágrima que rolou pela minha face. Os teus pais ainda me ligam. Só para saber como estou e o que tenho feito. Na brincadeira trato-os por sogros. Devias ver o quanto riem. Só uns anos mais tarde percebi que tinhas o riso do teu pai, aquela gargalhada alta, alegre e cheia de vida.
  Prometemos ficar juntos até ao fim, espero que não te referisses " Até que a morte nos separe" - Um cliché quase necessário - porque tenho esperanças de te encontrar no Paraíso.
  Realmente, existe uma viagem em que todos embarcamos mesmo que não queiramos. A esta viagem chamamos vida. Para uns uma jornada mais longa, para outros um pouco mais curta. Alguns viajam em primeira classe, outros em económica. Em todas as paragens entram e saem rostos, personagens e poucas são as que permanecem até ao fim.
  Na minha opinião partiste demasiado cedo. 
  "Sempre e nunca são palavras que direi. para sempre te hei de amar e nunca te hei de esquecer."

Gonçalo Fonseca

sábado, 7 de setembro de 2013

Solidão


Só. Somente só. Solipsismo total. Doentio? Um pouco. Demência? Ainda não, mas não deve tardar. A voz ecoa através do espaço, propagando-se infinitamente. As luzes findaram, tudo o que a vista alcança é a escuridão. Ar? Não é necessário. Apesar de não ver, sentia-me a tremer. Todo o meu corpo procurava uma resposta. Será que é isto que nos espera depois da morte? Um vazio sem qualquer hipótese de preenchimento?

Momentaneamente, tudo o que sentia, pareceu abrandar. Os baques do coração eram forçosos e pesados, o som destes ressoavam na minha mente. Estava em êxtase, o pânico enfim apareceu. Senti o suor a descer lentamente pela minha espinha.

Fiquei desorientado, mais perdido e menos capaz que antes. Senti-me no fim, como se ali fosse padecer, contudo feliz. Afim do último suspiro, uma lágrima quente percorre a face, caindo. Saber que estava sozinho era o que mais doía.
Quando realmente pensei que tinha partido para o sono eterno, oiço o som que mais odeio no mundo, despertador.

Abro os olhos, não está tudo escuro, há luz. O dia prometia. Não estava morto e melhor que isso, não estava sozinho. Não passou de um pesadelo.

domingo, 11 de agosto de 2013

Summer Teen. - English

Então decidi expandir o meu horizonte e escrevi uma pequena redação em Inglês ahahha o texto está muito simples, mas pronto :b

I woke up. I was covered up in sweat - disgusting - my heart beats were on the other side of the room. What happened to me? One moment I was living the best dream I could think of, the next... The worst nightmares.
I became really confused, was this a sign? In the past few weeks, it hadn't stopped for a day. The same " dream " over and over again. I just wish I could stop it, it's kind of annoying. This time, I just couldn't go back to sleep. Somehow, I was sleepless. So, in order to do something productive, I went to the restroom and took a very long a relaxing bath. I really needed one, today was my first day of school after summer.
I was a Senior, I should be happy.. Instead I was nervous. Even my bones were shaking.
My parents move A LOT, so i rarely stay in the same school for more than a year. It's really frustrating.
So in other words, I was a newbie, I didn't knew anyone, and anyone knew me, Just Perfect.. Really what I needed on my senior year.
This time, I wasn't even on the U.S, my parents moved to Europe, most precisely to Lisbon, Portugal. At least it's a beautiful city, wish I could say the same of the people, but i'll get used to it. At least they were kind and pleasant, and they deserved the effort of trying to communicate with me. I really think I'm gonna enjoy this year.

After my bath, I still had enough time to do everything, so I enjoyed it. Made my backpack, made a hotel breakfast, I chose some few pieces of clothing, put a lot of deodorant and perfume. What could I say? I couldn't do much more, so.. I went for a walk.

Next thing I could say was : I'M LOST!
Yeah.. it didn't go as I expected. I was going to be late for my presentation, and to think I couldn't speak Portuguese to ask some directions.. Thankfully, I met her. OMG she was perfect. All I could see was mystery and a pretty smile. - yes guys have feelings too - That moment felt like a century or even more, but I couldn't care less, actually I was enjoying, it seemed like to be frozen in time.

So in that moment I glanced at her, and her eyes were so penetrating, I felt like a sword trespassing right through me, and IT HURT. She had a coffee in her hand. So that means she likes coffee right? I'm on paradise, in few seconds and I already knew things about her. But not the most important: her name and phone number.

After that, i lost track of time again.. But at least I knew where I was, and it was near to school.
Suddenly, my nerves all disappeared and I had an amazing day. Made a lot of new acquaintances, and some of them were destined to be friends. Some were meant to be flirts. But the most important, was That Girl. She was from the next door class. And I loved it. So now.. I pray for luck. I hope , the next time, i can really meet her. Just because it's rude to stare. 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Aniversário

  A ideia inicial do blog era ajudar outras pessoas que se sentissem como eu. No entanto, transformou-se num monte de queixumes repletos de metáforas onde a história não passa de um acontecimento e as personagens de emoções. Tudo isto antes de sequer o tornar público. Ao princípio, começou realmente como um diário.. infelizmente, não resultou. Por mais drama que tenha na minha vida, não estava disposto a torná-lo público e como tal, não sabia o que escrever.
  Estranhamente, nos últimos dias, sinto novamente uma ânsia no que toca à escrita, como se uma chama se reacendesse. A qualquer lado que vá, tenho vontade de descrever e observar, tomar notas e guardar algo como uma experiência. Contudo, depois de pensar um bocado, e por pouco que vocês saibam, estou exactamente na mesma situação em que estava no ano passado.
  Faz pouco mais de um ano que iniciei o projecto. E sem sentido textual aparente, apenas quero dizer que a ânsia de escrever vem nestes exactos momentos. Os momentos que mais detesto e que menos quero recordar. Mas por menos que os queira recordar, acabam sendo " musas " são a minha inspiração, ou apenas a minha exteriorização dos medos. Sim um pouco nostálgico.
  No entanto, fico feliz enquanto escrevo, como se partilhasse um pouco de mim.
  Por vezes, lágrimas transformam-se em palavras. Palavras em frases e frases em textos. Textos que enquanto são escritos secam as lágrimas e formam um sorriso. Sei que é um pouco estranho, mas quanto mais dor, mais imaginação, como se fosse uma fuga. Um bocado masoquista, eu sei.

  Apesar do blog ser mais activo durante as férias, não é por ter tempo livre e nada que fazer. Simplesmente porque me sinto só e um pouco mais deslocado do que é normal. Talvez como qualquer outro adolescente que passa aquelas crises idiotas que vêm com a idade.

  Fiquei feliz por saber que no ano que decorreu, conheci algumas pessoas que fizeram o mesmo que eu e que de certa forma, têm a mesma motivação.
  Ouvi dizer uma vez, que os grandes escritores - não que me considere um, muito longe disso, acreditando ou não, eu duvido seriamente das minhas capacidades de escrita - são os que conseguem escrever o seu medo.
  Eu nunca consegui escrever o meu maior medo, não por gozarem - também não tenho quem leia o blog frequentemente - mas pelo facto de ser reservado. Existem certas coisas que não devem ser partilhadas, na minha opinião.

  Eu só espero que este ano consiga finalmente transmitir o que quero, sem medos. Crescer um pouco mais enquanto pessoa. Consciencializar-me um pouco mais sobre o que me rodeia, aprender coisas novas.
  Eu já não sei, é tanta coisa a fluir-me ao mesmo tempo.. Por vezes pensar demais faz-me doer o cérebro..

  Mas pronto. Dito e escrito. E terminamos assim...

sábado, 3 de agosto de 2013

V.V - A reflexão

  Existe uma viagem em que todos embarcamos inocentemente e sem querer. Embarcamos na viagem que apenas tem um destino, a morte. A esta viagem chamamos Vida.
  Para alguns é uma jornada maior para outros um pouco mais curta. Uns viajam primeira classe outros em classe económica.
  É a viagem mais longa que alguma vez faremos, com mais paragens que alguma vez possamos imaginar. Em cada uma delas, saem caras e entram outras, poucas são as que permanecem até ao fim.

  Uns gostam de apoderar-se da viagem e controla-la, outros, apenas se sentam e observam a paisagem - algo como " Carpe Diem" - sem preocupações.
  Cada um com os seus atributos, melhores ou piores, tentam aproveitar a viagem, porque esta, infelizmente, só podemos gozar uma vez.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

E assim são começadas Guerras...

  Fogo!Ele queima.
  No interior, a chama brilhava intensamente, o calor era insuportável. O fogo aceso queimava as entranhas, purificando a carne maldita. A dor sentida era agoniante, dolorosa. Lágrimas caminhavam pelo seu rosto.
  Porquê?
  Mesmo em hora de sofrimento, as questões não cessavam. A informação cavalgava de neurónio em neurónio atravessando o cérebro. Já nada fazia sentido.
AAAAAAAAHHHHHHH!
  E assim se ouviu o último grito, viu-se a última lágrima e o fim da sua miséria e sofrimento.

  Pelos vistos, flashbacks, são apenas para os mais afortunados... Ou talvez para os que receiam a morte.

  A cela, em que estava encarcerada, por momentos ficou num silêncio profundo. Talvez prestasse uma última homenagem, talvez estivesse triste com a morte ou simplesmente contemplava a coragem com que viveu.
  O fogo apenas deixou os seus dejectos. As cinzas. No outro lado do mundo encontrava-se o irmão que procurava uma explicação.
  Porquê?
  Era algo que até nas veias circulava. O pobre irmão apenas queria uma resposta.

  Os monges que a mantiveram cativa mostravam-se felizes, como se adquirissem um troféu e ganhassem o campeonato. Festejavam com um banquete rico. Pobres coitados, não sabiam o que aí vinha.

  O irmão aventurou-se pela colina, atravessou bosques e lagos até chegar à maldita cela, onde , por incrível que pareça, jaziam ainda as cinzas.
  O nobre, vendo o que ficou, jurou vingar-se. Os monges, já sem saber onde se esconder, tentaram fugir. O resultado manteve-se. Uma chacina em busca de equivalência.

E assim são começadas guerras, assim se traz o medo ao mundo, mais tristeza e mais ódio. Um ciclo sem fim.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Violência doméstica

O tema surgiu-me após a visualização de uma reportagem, com a qual fiquei impressionado.
Nos meios de comunicação, é cada vez mais frequente encontrar noticias de violência doméstica, de atos de negligência, violação, burla, entre muitos outros. O que, na minha opinião, demonstra um pouco da sociedade decadente em que vivemos.
Quando interpretamos o significado de Violência Doméstica, inconscientemente, associamos a atos de agressão física e/ou verbal(psicológica) de um homem a uma mulher. Pois bem, apesar da grande percentagem de casos verificados ( cerca de 83% em 2011 segundo APAV) ocorrerem em mulheres; o conceito Violência Doméstica, não se fica por aquele significado rudimentar  alcançando dimensões muito mais vastas, definindo-se, segundo a Wikipédia, como violência praticada num âmbito familiar entre indivíduos que partilham um parentesco civil ou natural, tornando-se na minha opinião, uma forma de bullying. Esta vertente de agressão engloba atos de agressão sexual, verbal e física ( maus tratos ).
Segundo o código penal Português, os réus considerados culpados, cumprirão uma pena mínima de um ano, a uma pena máxima de dez anos, de acordo com a gravidade da agressão.
Todo e qualquer tipo de agressão, como sabemos, pode levar-nos a atitudes desesperadas, como o suicídio, ou como por vezes verificamos, "homicídio ampliado" isto é, ao homicídio de familiares. Ou seja, quem é vitima destes abusos, perde grande parte da sua auto-estima  vive com medo, vergonha, e numa languidez monstruosa, num estado de soturnidade.
As vitimas têm, de um modo geral,entre 35-40 ou mais de 65 anos, e os agressores têm entre 35-40 anos, em média. As relações vítima/agressor têm, em regra, uma relação conjugal. E as agressões mais frequentes são de origem psíquica seguidas pelas agressões de origem física. Os crimes que aqui se destacam são violações de domicilio e de correspondência. Estes dados, fornecem-nos informações preciosas, sobre o que nos rodeia, e deviam ser causa suficiente e necessária, para que todos prestemos mais atenção ao que nos rodeia.
Um potencial agressor é um individuo que terá características de bully, isto é: recorrerá ao uso de estímulos verbais, e não só, para diminuir a vítima, incutindo-lhes sentimentos de insegurança e de medo, tentará procurar pontos fracos e utiliza-los em seu proveito, procurará manter-se dominante.
Apesar do meu conhecimento nessa área não ser muito elevado, posso afirmar com alguma segurança, apesar de até poder ser considerado " preconceito ", que grande parte das agressões ocorre quando o agressor está sob o efeito de substâncias tais como : narcóticos ou álcool.  Ou quando se encontra num período de abstenção. O que poderá provocar no discernimento do inocente alguma "confusão". Dado que, o agressor quando sóbrio, poderá apresentar um comportamento dito "normal".
Felizmente, cada vez mais se denota o aparecimento de organizações sem fins lucrativos, como a APAV ( Associação Portuguesa de Apoio à Vítima ) mencionada em parágrafos anteriores, que visam promover a proteção das vítimas e a sensibilização da população. No entanto,apesar destas instituições, algumas vitimas, não se identificam ou não acusam o parceiro/a porque sentem vergonha, acreditam que ficará tudo melhor; têm medo de sofrer descriminação, no fundo têm receios.
Se pensa ter amigos que se encontram nestas situações, deverá procurar um destes organismos, eles, em princípio  deverão estar aptos a ajudar.
Para melhorar um pouco esta situação, penso que deveríamos mesmo prestar mais atenção ao que nos rodeia, pois quem sabe, poderemos mesmo salvar uma vida.
Grande parte da sociedade não sabe o quão grave este problema é, e as proporções que pode ter, apesar de ser cada vez mais falado e desenvolvido. O governo e mesmo as entidades de segurança e as organizações, deviam iniciar a consciencialização dos cidadãos, começando nas escolas. Nós jovens, recebemos muita informação, informação que considero útil do ponto de vista cientifico  mas não do ponto de vista social. A educação e os valores, acredito que venham de casa, agora a exposição dos problemas associados à nossa comunidade, é algo que penso fulcral, e esses não partem de casa. Se não refletirmos sobre eles enquanto jovens, essa geração corre o risco de cometer os mesmos erros. Não irá preocupar-se pelo próximo, causando cada vez mais um aparato social e os números de incidências apenas aumentarão.
Portanto, cuidem do próximo, estejam atentos ao que vos rodeia, façam por uma sociedade melhor, tenham atenção a estes problemas bastante frequentes, eles são importantes, e com isto espero deixar alguém mais informado sobre o que ocorre no mundo e na nossa sociedade.

sábado, 2 de março de 2013

Desejoo

E quantas vezes olhamos para a nossa vida e queremos que ela seja um filme, onde não temos de preocupar-nos em arranjar-nos, ir à casa de banho, comer, porque sempre que avançamos um capitulo estamos perfeitos. Onde existe sempre uma música de fundo adequada à situação. Sempre que a vida nos passa a perna, volta a coloca-la no sitio. E que nos sentimos tristes... Encontramos a/o nossa/o princesa/príncipe, e apesar de passar-mos um mau bocado, acabamos sempre com " felizes para sempre ".
Mas será tudo isto verdade? Será possível que consigamos encontrar o amor verdadeiro? Existe a chance de sermos " felizes para sempre " ? Caro leitor, nós fazemos a nossa sorte, nós definimos-nos, podemos ser quem quisermos! Porque não querer ser uma personagem de um filme? Porque não ser feliz? Porque não ter uma vida cheia de sucesso, de felicidade? Porque não acreditar que o verdadeiro amor pode estar ao virar da esquina? Que podemos encontra-la com a pessoa mais inesperada?
Tanta interrogação, e sem respostas... É deveras chocante, e tortuoso. Mas penso que é tudo uma questão de perspectiva. Nós, seres humanos, temos o hábito frequente de nunca estarmos satisfeitos com o que temos. Somos por assim dizer, "gananciosos". Querer ter melhor, trabalhar por objetivos é bom, no entanto, em certas circunstâncias, querer alcançar mais, na minha opinião, é um "problema". Devemos saber qual o limite do que devemos alcançar.
Por tantas vezes leio: "Só damos valor depois de perder". Começo realmente a entender o seu significado, e concordo plenamente com o que é dito. Penso que todos passamos por isso quando não sabemos agir de acordo com a situação em que nos encontramos, e simplesmente cometemos um ou mais erros. Por vezes, quando não sabemos transmitir o que sentimos, quando damos por nós... Estamos sozinhos.
Devemos ser mais altruístas, pensar no próximo, e contentarmos-nos com o que temos. Não invejar ninguém. Agradecer pelo que nos foi dado. Recordar que existe sempre alguém pior que nós.
Acho que seguir os instintos, acreditar no inesperado, em princesas e príncipes, num reino e num conto de fadas; não perder a esperança, aproximar-nos-à de um filme. Não pensar nas consequências e ser livre. Tudo o que possamos imaginar, pode conduzir-nos à felicidade que pretendemos. No entanto, quando soubermos que o que temos é suficiente, acreditem quando digo: Já somos felizes.Uns com mais, outros com menos, a felicidade torna-se assim relativa pois para cada pessoa existe um significado diferente.É um tanto ou quanto, como o amor... Sentimos, mas não podemos tocar.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Negligência


Decidi falar sobre este tema porque é algo que acho importante e que ocorre demasiadas vezes para a importância que a sociedade atribui. Negligência é normalmente referido, na minha opinião, como o ato de deixar ao abandono, de falta de aplicação sobre uma determinada tarefa ou situação. Apesar do termo poder ser empregue em várias situações, gostaria de salienta-lo quando este diz respeito à integridade física, psicológica e ao cariz de desenvolvimento natural do ser humano.
Quando oiço falar em negligência, recordo a terceira idade e jovens. Infelizmente, crianças e idosos são deixados diariamente em hospitais porque as famílias não têm como cuidar de alguém em tais faixas etárias. Ou simplesmente porque não querem tal responsabilidade.
Hoje em dia com a recessão económica que vivemos torna-se responsável pelo aumento destes problemas. No entanto, acho que é nosso dever não faltar às nossas responsabilidades. A própria sociedade impõe-nos valores de natureza tal que abandonar alguém é crime.
Apesar de ser um ato com o qual não estou de acordo, temos de ter em conta vários detalhes! Tais como: Posses monetárias, estabilidade, etc.
O fato do sistema jurídico não ter leis capazes de proteger os seniores é algo que me provoca alguma tristeza. Parece ser necessário chegar ao leito da morte para que a sociedade deixe de importar-se. Acho incrível a falta de consideração que a sociedade tem pela geração mais antiga. A meu ver, podiam ser tomadas medidas pelos governos mundiais. Tais como: criação de leis, programas e associações, no fundo, órgãos capazes de zelar pelos idosos.
O mesmo não pode ser dito pelas crianças, os governos preocupam-se com a geração futura e promovem a sua proteção.
No fundo, é tudo um pouco de hipocrisia. A sociedade protege o futuro, mas não se interessa pelo passado que foi a causa do presente e do futuro. 
Quero, com este texto, mostrar a necessidade existente para um alerta global a este género de problemas. É fundamental que as pessoas sejam advertidas, e estejam cientes da sociedade em que vivem. É fulcral que parta de cada um de nós a sapiência necessária para não abandonar um jovem ou um idoso. São as faixas etárias mais frágeis e é a nossa missão, o nosso dever protegê-las. Negligenciar um ser humano, não é brincadeira, e devemos pensar e refletir sobre as nossas atitudes. Já dizia o provérbio popular “ não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti”. Peço que se coloquem no lugar da pessoa que estão ou vão magoar. É de facto importante.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Atitude vadia

No crepúsculo, de um dia chuvoso num inverno particularmente rigoroso, frequentava as escuras e pecaminosas vielas de Lisboa. Concluíra o meu trabalho na fundição. Necessitava algum tempo sozinho, pôr a cabeça em ordem, para conseguir voltar a casa: tinha sido uma semana invulgarmente perturbadora. Assim, muitas horas passaram...
A noite inevitavelmente chegou, trazendo consigo uma calma controvérsia. Passava da meia-noite, a lua reluzia com todo o seu esplendor, eu por outro lado não findava a minha busca, imergindo na escuridão. As estrelas guiavam-me e a lua fazia-me companhia. Contudo, sentia-me só, mas não abandonado: sabia que alguém se preocupava com a minha existência, no entanto, o orgulho impedia-me de pedir ajuda. Continuava a avançar sem ter em vista o regresso...
Enquanto caminhava deparei-me com o rio, que banha a cidade, foi então que finalmente pude ver o meu reflexo! Nesse momento senti um aperto no coração, um nó no estômago; as lágrimas a surgirem nos olhos, os pulmões sem ar. Uma asfixia total. A boca só queria gritar, pois foi nesse momento que ficara lúcido, ciente da realidade, mas com toda a dor, nenhum som produziu.
Quando a primeira de muitas lágrimas desceu pela face, recordo o som de choro que produzi. Foi alto, intenso e melancólico, no entanto simples de entender: O choro proveio de atitudes mal pensadas, de um carácter longe de ser respeitável, de mágoas passadas e feridas abertas. Já mais calmo, depois de seca a face, voltei a contemplar o meu reflexo. O nó no estômago voltou, no entanto não foi dor. Foi repulsa.
Mas com ou sem vergonha, repulsa, dor, mágoa ou tristeza, ainda não conseguia decidir o retorno a casa; o orgulho ainda falava mais alto, tal como a fome que surgira num pensamento fugaz: não comia nada desde o almoço. Sendo tão tarde, não existiam estabelecimentos abertos capazes de me servir uma guarnição. Foi então que decidi encontrar um local confortável para pernoitar. Não tardei muito a decidir-me por um banco de jardim maciço, duro, áspero, húmido e frio pois começava a cair em fraqueza. Não tardei em adormecer.
Mas nem nos sonhos conseguia paz, a consciência pesada perseguia-me! Do mesmo modo que adormeci rapidamente, também assim acordei. Estava simplesmente inquieto.
O sol não tardava em nascer e trazia consigo a primeira claridade, a abertura de alguns estabelecimentos, o o desaparecimento da noite e a seca do chão ainda húmido do dia anterior. Este não causou apenas mudanças no ambiente, trouxe-me esperança.
A fome tinha incrementado, daí, entrei no primeiro café que vi, pedindo o habitual: um café e um croissant de chocolate. Retornado já à rua, sem fome, pude retomar os meus pensamentos.

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