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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Querido amigo

  Porque já não te oiço? Porque já não te vejo? Porque me deixaste? Porque ascendeste até ao paraíso sem um último adeus? Porque me abandonaste?


  Tantas dúvidas e sem nenhuma resposta, simplesmente partiste. É a lei da vida. No entanto, ficaste um pouco mais para mim. Sei que estou a ser muito egoísta, mas custa-me saber que nunca mais posso ver-te e muito menos tocar-te. Doí pensar no que me dizias e não levava a sério. Nos conselhos que me davas, no carinho que trazias contigo. Nesse teu sorriso capaz de iluminar um dia. No teu coração dorido de tanta pancada, contudo humilde e de uma bondade extrema.
  Todos os dias penso em ti. Lembro-me dos dias em que chegava a casa e me preparavas o lanche, ou apenas das noites em que me vinhas aconchegar. Da maneira ternurenta que tinhas para comigo, por mais brusco que fosse para ti.

  Mais que tudo nesta vida, queria apenas mais uma oportunidade para emendar tudo o que fiz de mal contigo. Pedir-te desculpa por tudo o que jamais terá perdão.
  Contudo, depois de todas as desculpas, também queria agradecer-te. Agradecer-te por nunca desistires de mim, mesmo quando mais ninguém o fez. Por me apoiares quando todos me abandonaram e fiquei sozinho. Por me acompanhares no melhor e no pior. Sem dúvida nunca te esquecerei, é um facto.
  Doí saber que partiste acredita. Mas espero que mesmo onde estiveres, que estejas feliz, que estejas bem.

  Gostava, por mais que não me consigas responder desse lindo lugar onde espero que te encontres, de ter noticias tuas e não ter que imaginar o que fazes e, numa crença parva, acreditar que estás bem.
Só não quero que seja um adeus, mas apenas um até já.

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