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sábado, 7 de setembro de 2013

Solidão


Só. Somente só. Solipsismo total. Doentio? Um pouco. Demência? Ainda não, mas não deve tardar. A voz ecoa através do espaço, propagando-se infinitamente. As luzes findaram, tudo o que a vista alcança é a escuridão. Ar? Não é necessário. Apesar de não ver, sentia-me a tremer. Todo o meu corpo procurava uma resposta. Será que é isto que nos espera depois da morte? Um vazio sem qualquer hipótese de preenchimento?

Momentaneamente, tudo o que sentia, pareceu abrandar. Os baques do coração eram forçosos e pesados, o som destes ressoavam na minha mente. Estava em êxtase, o pânico enfim apareceu. Senti o suor a descer lentamente pela minha espinha.

Fiquei desorientado, mais perdido e menos capaz que antes. Senti-me no fim, como se ali fosse padecer, contudo feliz. Afim do último suspiro, uma lágrima quente percorre a face, caindo. Saber que estava sozinho era o que mais doía.
Quando realmente pensei que tinha partido para o sono eterno, oiço o som que mais odeio no mundo, despertador.

Abro os olhos, não está tudo escuro, há luz. O dia prometia. Não estava morto e melhor que isso, não estava sozinho. Não passou de um pesadelo.

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